A PF (Polícia Federal) deflagrou a operação Salvo Conduto na manhã desta quarta-feira (10), que apura lavagem de dinheiro envolvendo a Guiné Equatorial.
Na operação, a PF solicitou à Justiça Federal o sequestro do imóvel, dos bens e valores apreendidos no Aeroporto de Viracopos e de sete veículos de luxo — um deles avaliado em R$ 2 milhões.
Em setembro deste ano, o vice-presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Mangue, estava na comitiva do país que teve bagagens apreendidas no aeroporto de Viracopos, em Campinas. Mangue já teve relações com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Com a comitiva foram encontrados US$ 1,4 milhão e 20 relógios cravejados de diamantes, avaliados em US$ 15 milhões. Em 2015, na época da operação, a PF avaliou mensagens telefônicas que apontavam também que Teodorín teria sido o responsável por patrocinar o carnaval da escola de samba Beija-Flor, oferecendo R$ 10 milhões da Guiné Equatorial.
Os integrantes do voo vindo de Malabo, capital da Guiné Equatorial, tentaram desembarcar sem passar pela inspeção aduaneira, alegando que as malas do vice-presidente eram resguardas pela Convenção de Viena, que impede a violação de bagagem diplomática. Após 4 horas de negociações, com a intermediação do Ministério das Relações Exteriores, a comitiva africana finalmente cedeu e entregou a chave das 19 malas para as autoridades brasileiras.
As investigações da 14ª fase da operação Lava Jato, deflagrada em junho de 2015, mostram relação de Lula com executivos da OAS e o suposto lobby do ex-presidente em favor das construtoras brasileiras em países da África e da América Latina. Entre elas, estariam empresas da Guiné Equatorial. O vice-presidente do país, Teodoro Obiang Mangue, é filho de Teodoro Obiang Nguema, presidente e ditador do país.
Segundo as investigações, Augusto Cesar Uzêda (Cesar Uzêda), ex-diretor superintendente da OAS Internacional, diz, em 29 de agosto de 2012, “estamos viabilizando o carnaval dele, Todorim que que [sic] ele faça o melhor carnaval da história do Ylê (acho que é briga no quilombo)”.
Em outra mensagem, em seguida, Uzêda complementa “estamos trabalhando para dividir o custo do carnaval dele com as empresas brasileiras que atuam na Guiné”.
Fonte: R7