A demissão de servidores do Hospital Regional de Patos, no Sertão paraibano, tem preocupado os moradores do município sobre a qualidade do atendimento na unidade hospitalar.
Segundo uma das prestadoras de serviço que foi demitida e não quis se identificar, nos últimos oito dias, 79 prestadores foram demitidos no hospital.
A profissional de saúde explica que as demissões aconteceram nos setores de enfermagem, lavanderia, limpeza e recepção. “Eu recebi a notícia na sexta-feira (30) à tarde. Uma equipe do setor pessoal procurou a gente nos setores onde estávamos trabalhando e avisou que estávamos sendo demitidas”, disse a mulher. Ela trabalhava na unidade há cerca de 10 anos.
O hospital faz atendimentos ambulatoriais, mas é especializado em casos de urgência e emergência. Além da cidade de Patos, a unidade atende outros 80 municípios, inclusive de outros estados. Os moradores do município estão em dúvida sobre como vai ficar o atendimento após as demissões.
“Antes, quando tinha um número maior de funcionários, o atendimento já era precário, imagina agora com essa demissão deste pessoal?”, questionou o professor Clóvis da Silva Fonseca, usuário da unidade. O aposentado Silvan Firmino também reclama. “É muita gente pra ser atendido. O serviço público é assim, deficiente no Brasil inteiro”, diz.
O contato com a direção da unidade, mas os telefonemas não foram atendidos. Em nota, a Secretaria de Saúde da Paraíba informou que a medida de enxugar o quadro de funcionários dos hospitais estaduais se deve à contenção de despesas por causa do “atual cenário de crise econômica vivenciada no país”. O órgão não informou o número oficial de demissões, mas explicou que houve redução de recursos federais e a administração optou por fazer corte de despesas. Na nota, a secretaria informa ainda que o atendimento ao público não será afetado por causa das demissões.
Queda nos atendimentos
O Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande também demitiu 50 prestadores de serviços que atuavam na unidade. Segundo a direção do hospital, na maioria dos casos as pessoas demitidas estavam em situação irregular, sem vínculo ou sem contrato.
De acordo com o diretor administrativo do hospital, Geraldo Medeiros, além da situação irregular, o motivo das demissões se deve à redução no número de atendimento aos pacientes, que foi registrada após uma triagem mais rígida na unidade. “Houve uma diminuição no número de atendimentos do hospital. Nós temos hoje cerca de 900 atendimentos a menos. São aqueles pacientes que não faziam o perfil do hospital e que agora são reencaminhados para as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Com isso, houve a necessidade de realinhamento no número de funcionários do hospital, pois não há necessidade daquele quantitativo anterior”, explicou.
Fonte: G1 Paraíba