11 de mai. de 2012

PF faz operação para apurar indícios de irregularidades no Jampa Digital.

A Polícia Federal deflagrou uma operação na Paraíba, na Bahia e em Pernambuco nesta sexta-feira (11) com o objetivo de aprofundar investigações de supostas irregularidades cometidas no projeto Jampa Digital, um convênio celebrado entre a prefeitura de João Pessoa com uma empresa para levar internet gratuita e sem fio a bairros da cidade.

De acordo com a assessoria de imprensa do órgão, a Operação Logoff é realizada em conjunto com a Controladoria-Geral da União.
Foram expedidos seis mandados de busca e apreensão, que são cumpridos em na sede da empresa na Bahia, em suas filiais em Pernambuco, nas casas de sócios e em setores de licitação e compras da prefeitura. Os resultados da operação serão apresentados em entrevista coletiva às 10h30 na superintendência regional da Polícia Federal.

A Secretaria de Comunicação de João Pessoa (Secom) informou que uma equipe da prefeitura está acompanhando a operação da Polícia Federal. A previsão é de que o setor envie uma nota sobre o caso quando a ação terminar.

No dia 25 de março, uma reportagem do Fantástico denunciou que o projeto de internet sem fio lançado em 2010 não funcionava. A proposta era transformar João Pessoa na primeira capital digital do país, monitorada por câmeras, com escolas informatizadas e acesso grátis à web em praças públicas e na orla.

De acordo com a Polícia Federal, os documentos apreendidos servirão como novos elementos para comprovar supostas irregularidades já constatadas no procedimento licitatório e na execução do contrato celebrado entre a prefeitura e a empresa vencedora da concorrência, a Ideia Digital Sistemas.

Além da suspeita de fraude na licitação para beneficiar a empresa, a PF e a Corregedoria investigam se houve desvio dos recursos federais que foram repassados ao município pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, por meio de superfaturamento dos serviços por sobrepreço.

O ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro (PP), era secretário de Ciência e Tecnologia de João Pessoa na época do lançamento do Jampa Digital. Ele se defendeu dizendo que não existe nada que o comprometa e enfatizou que ele mesmo enviou ofícios para o Ministério Público da Paraíba e para o Tribunal de Contas pedindo que o caso fosse investigado.

O governador Ricardo Coutinho (PSB), que na época era prefeito de João Pessoa, negou a existência de procedimentos fraudulentos. “Não existe nenhuma irregularidade no projeto. Se tivesse eu seria o primeiro a determinar a apuração. A licitação foi considerada regular pelo Tribunal de Contas do Estado”, disse em seu programa semanal de rádio.

De acordo com a Prefeitura de João Pessoa, o prazo para a conclusão do projeto é dia 1º de outubro deste ano. O Jampa Digital foi orçado em R$ 27 milhões, quando foi concebido em 2010, mas a prefeitura alega que o governo federal contingenciou os recursos e repassou apenas R$ 4,7 milhões e que ela investe R$ 1,5 milhão, o que dificultou a execução completa do projeto.

Dados do G1 PARAÍBA