Dois suspeitos de envolvimento no atentado contra o diretor do Presídio Regional de Patos, no Sertão paraibano, foram detidos na quinta-feira (13) em um posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) próximo a Pombal. Conforme o órgão, a prisão foi feita com base na denúncia de que a dupla iria assaltar a agência dos Correios de Catolé do Rocha. Um deles tem 16 anos de idade e outro tem 19. Este último seria ex-presidiário natural da cidade de Sapé, na Zona da Mata. Os dois passaram a noite na delegacia da Polícia Civil para prestar depoimento nesta sexta-feira (14).
Segundo a Polícia Civil, autoridades policiais e do Poder Judiciário da Paraíba estão recebendo ameaças de morte desde que a operação Laços de Sangue foi desencadeada em setembro, resultando na prisão de 17 suspeitos de praticar 'pistolagem' no Sertão.
Além do diretor do presídio de Patos, Estênio Dantas, também receberam ameaças juízes de Patos e Catolé do Rocha que expediram mandados de prisão contra os suspeitos e os delegados regionais Cristiano Jacques e André Rabelo. Eles coordenam as investigações sobre os assassinatos relacionados à disputa entre três famílias.
Uma juíza de Patos chegou a procurar a Polícia Civil para registrar que foi perseguida no caminho do trabalho para casa na segunda-feira (10) e teve que voltar para o fórum para solicitar escolta policial. Os nomes dos magistrados, no entanto, são mantidos em sigilo pela polícia por questões de segurança.
"O crime está organizado e as autoridades constituídas que trabalham com a repressão têm de ficar alerta, mas nem a Justiça, nem o Ministério Público e nem a polícia vão se intimidar. A repressão vai continuar”, avaliou o delegado Edson Pedrosa, que investiga o atentado ao diretor Estênio Dantas.
Tentativa de homicídio
Estênio Dantas foi alvo de um atentado por volta das 20h da quarta-feira (12), em uma estrada de terra que dá acesso à penitenciária de Patos. Ele informou que seguia de carro para fazer uma fiscalização de rotina, quando foi surpreendido por dois homens encapuzados e armados, que teriam interceptado o carro com uma motocicleta e começado a atirar. Pelo menos 11 tiros atingiram o carro do diretor. Ele conseguiu sair do veículo e se esconder em um matagal.
“Estava passando devagar porque a estrada é ruim e fui surpreendido pelos dois que já estavam esperando e começaram a atirar. Abaixei e consegui sair pelo vidro do passageiro e me esconder no mato”, contou Estênio Dantas. Ele também estava armado, mas não teve tempo de reagir.