O brasileiro já está acostumado: todo início de ano chegam as contas do IPVA e IPTU e, no caso dos pais, os reajustes de preços da matrícula e das mensalidades escolares.
As mensalidades nas escolas particulares deverão subir, em média, de 5% a 6% em 2018, de acordo com donos de colégios e especialistas consultados pelo R7.
Esse percentual representa o dobro da inflação oficial acumulada nos últimos 12 meses, que é de 2,7%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O presidente da Fenep (Federação Nacional das Escolas Particulares), Ademar Pereira, explicou que “as escolas começam a fazer as contas do reajuste em setembro e têm o desafio de prever as despesas e a situação econômica com quase um ano e meio de antecedência”.
“É uma conta difícil. Por exemplo, em 2016, o reajuste médio das mensalidades ficou entre 7% e 8%, porém, o aumento do salário dos professores ficou fixado em 11,8%. O setor não esperava isso. A folha de pagamento é 50% das despesas. É um cenário complexo”, diz Pereira.
O especialista em gestão educacional Fernando Barão, da Corus Consultores, afirma que “o reajuste varia segundo a realidade de custos e de concorrência de cada escola”.
O setor engloba mais de 40 mil instituições, desde escolas de educação infantil a universidades, e possuem cerca de 16 milhões de alunos e 2,5 milhões de profissionais empregados.
O presidente da Fenep alerta que, em 2018, as escolas correm o risco de ter prejuízos por causa dos aumentos das tarifas de energia elétrica, telefone e impostos, que podem ficar acima do previsto. O crescimento da inadimplência dos pais também acendeu a luz amarela para setor.
“Há alguns anos, a inadimplência era de 7% e subiu para 13%. Pela lei, as escolas são obrigadas a cumprir o contrato até o final do ano mesmo sem receber. Ou seja, o gasto continua e a receita não entra”, detalha.
Fonte: Portal Correio