Com a melhora no volume do açude de Epitácio Pessoa, conhecido como açude de Boqueirão, a Agência Nacional das Águas (ANA) autorizou a retirada de até 1.100 litros de água por segundo do reservatório. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (22) pela Agência Executiva de Getão das Águas da Paraíba (Aesa). A medida, no entanto, só pode ser realizada quando o volume ficar acima de 8,2% da capacidade total, segundo a Cagepa. O volume de águas em Boqueirão atingiu 4,9% da sua capacidade nesta segunda-feira (22), segundo Aesa.
A quantidade autorizada seria suficiente para tirar Campina Grande e outras 18 cidades no Agreste da Paraíba do racionamento, mas a incapacidade técnica ainda impede o fim do regime. Segundo o gerente regional da Companhia de Águas e Esgotos da Paraíba (Cagepa), que gere o abastecimento da população, Ronaldo Menezes, a retirada dessa quantidade de água só vai ser possível quando Boqueirão sair do volume morto, ou seja, quando o volume ficar acima de 8,2% da capacidade total.
“Hoje a água é retirada de Boqueirão através de um sistema de bombas de captação flutuante, que puxa cerca de 850 litros por segundo. Mesmo com a autorização da ANA, por causa do baixo volume, as bombas não conseguem puxar 1.100 litros por segundo com a regularidade necessária para se falar em fim de racionamento”, explicou ele.
O gerente explica ainda que Boqueirão tem dois sistemas de captação. O primeiro é sistema convencional que capta a água do fundo do açude, por meio da gravidade. Para que este sistema volte a funcionar, Boqueirão precisa sair do volume morto (8,2%). O segundo sistema é o que está sendo usado atualmente, que funciona através de bombas flutuantes instaladas no espelho d'água do açude.
Situação de Boqueirão
De acordo com os da Aesa, nesta segunda-feira, o açude de Boqueirão está com 20.333.472 de m³ de água, o que equivale a 4,9% da capacidade total de armazenamento que é de 411.686.287 de m³ de água. Com a transposição do Rio São Francisco, em um mês o açude recebeu uma recarga de mais de 7 milhões de m³ de água.
Segundo a Cagepa, com base nos cálculos feitos pela gerência, a previsão atual é de que Boqueirão atinja o volume de 8,2% até a metade do mês de junho. Entretanto, Ronaldo Menezes explica que pode haver mudanças na previsão, dependendo da oscilação ou não da vazão liberada pela transposição, ou ainda pela ocorrência de chuvas, ou o surgimento de recargas através do Rio Taperoá.
O volume de chuvas registrado pela Aesa neste mês de maio na cidade de Boqueirão, onde está o açude, não passou de 6,7 milímetros. O volume de chuva registrado em todo o ano até esta segunda-feira chega a 28,5 milímetros, enquanto na cidade onde mais choveu, Alhandra, foram 863,6 milímetros no mesmo período. Enquanto em Campina Grande já choveu 194,4 milímetros neste períoro, a média histórica de chuvas para o ano inteiro em Boqueirão é de 168,7 milímetros.
Vazão da transposição
Segundo a Aesa, nesta segunda-feira a vazão de água que chega a Paraíba através da transposição do Rio São Francisco caiu para 5,8 m³ de água por segundo. “Na semana passada estava em 7,8, depois baixou para 6,8 no fim de semana e agora está em 5,8”, disse João Fernandes.
Ainda segundo ele, a queda na vazão foi provocada por um problema técnico na estação elevatória 6 do eixo leste da transposição do Rio São Francisco, que fica na cidade de Sertânia. Ele disse que, segundo o Ministério da Integração Nacional, o problema já foi identificado e deve ser resolvido ainda esta semana.
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