19 de abr. de 2017

ENVOLVIMENTO COM TERRORISTAS: Estrangeiros presos em JP teriam ligação com terrorismo e movimentado mais de R$ 31 mi.

Os dois estrangeiros presos em João Pessoa no dia 12 de abril teriam ligações com grupos terroristas e extremistas do Oriente Médio. No celular deles, a polícia encontrou centenas de contatos suspeitos, além de mais de 5 mil vídeos e fotos de pessoas mutiladas. As informações foram divulgadas nesta terça-feira (18), pelo delegado de Defraudações Lucas Sá. Os dois são suspeitos de atuar com falsificação de documentos para estrangeiros no Brasil e um brasileiro de São Paulo também foi preso na mesma operação, suspeito de integrar o grupo.


Segundo a polícia, as imagens de pessoas mutiladas teriam sido achadas no telefone de Saleh Alderaibi, de 41 anos. Natural da Arábia Saudita, ele teria movimentado cerca de US$ 10 milhões, aproximadamente R$ 31 milhões. Nesta terça, um cônsul da Arábia Saudita, junto com um tradutor da embaixada saudita no Brasil, viajou a João Pessoa para acompanhar a audiência de custódia.

Segundo a polícia, Alderaibi teria utilizado uma certidão de nascimento falsa de um cartório do interior do Ceará, apresentando-se como brasileiro nato, solicitando a emissão de um RG no 'Programa Cidadão', em João Pessoa, mas a fraude foi descoberta pela Polícia Civil da Paraíba.

O iraquiano Feras Haussn, de 43 anos, é o segundo estrangeiro preso no mesmo caso. De acordo com a polícia, ele seria um dos líderes em falsificação de documentos de estrangeiros no Brasil e teria mais de 100 contatos no celular que apontam para práticas suspeitas, envolvendo esquemas com cartórios e servidores públicos.

Durante as investigações, as equipes da Delegacia de Defraudações localizaram duas Carteiras de Habilitação falsas, que teriam sido usadas pelo iraquiano.

O paulista Sandro Adriano, de 42 anos, é o terceiro suspeito que foi preso em João Pessoa. De acordo com o delegado, ele teria atuado como despachante, contratado em São Paulo pelos dois estrangeiros. “Sandro já foi preso anteriormente pelos crimes de formação de quadrilha, falsidade ideológica e descaminho”, disse Lucas Sá.

Todos estavam sob prisão preventiva, aguardando a audiência de custódia, que ocorreu na tarde desta terça (18). Segundo a polícia, os três deverão responder pelos crimes de falsidade ideológica, organização criminosa e uso de documento falso. Após as audiências, eles permaneceram presos. O paulista foi levado para o presídio do Roger, em João Pessoa, e os estrangeiros foram para Batalhões da Polícia Militar.

O delegado Lucas Sá informou que embaixadas internacionais, Interpol, Polícia Federal e consulados foram comunicados sobre as prisões dos estrangeiros. Os indícios de altas movimentações financeiras apontam para a ocorrência de crimes internacionais e suspeita de vínculo com terrorismo. O uso de documentos falsos seria para naturalizar estrangeiros para que eles pudessem ter acesso a Europa e Estados Unidos como brasileiros. Apesar disso, os casos ainda são investigados e além de documentos, sete celulares foram apreendidos e passam por perícia e tradução.

Fonte: Portal Correio