Colegas e familiares do agente Diogo Nascimento disseram que receberam com indignação a notícia de que a juíza Thana Michelle não vai mais julgar o pedido de prisão do suspeito de mata-lo, Rodolpho Gonçalves Carlos da Silva, de 24 anos. Ela repassou o caso para o titular do 1º Tribunal do Júri de João Pessoa, Marcos William, que deverá voltar de férias nesta semana.
Os amigos e parentes de Diogo estiveram no Fórum Criminal da Capital em manifestação silenciosa, aguardando a decisão da juíza, nesta segunda-feira (6).
Porém, ao receberem a informação de que ela repassou o caso, eles desabafaram. “Ela deve ter base legal para isso, já que precisa esperar o retorno do juiz titular, mas a gente questiona se isso vai se resolver. Cada juiz que chega vai embora e não decide”, afirmou Bruno, um dos colegas de Diogo.
Ele falou ainda que a família e os amigos farão manifestações até que a situação se resolva e o pedido de prisão seja julgado pela Justiça. “Vamos estar todos dias aqui até que essa decisão saia. Pode ter que passar por todos os juízes da Paraíba, mas algum deles vai ter que resolver. A gente não aguenta mais tanto sofrimento”, disse Bruno à TV Correio.
A viúva Marcella Souza não deu entrevista porque sequer conseguia falar. Segundo a TV Correio, ela estava fortemente abalada.
Diogo Nascimento morreu cerca de 24 horas depois de ter sido atropelado em uma blitz da Lei Seca, no dia 21 de janeiro deste ano. Ele era servidor do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-PB) e trabalhava na fiscalização quando foi atropelado por um Porsche.
O suspeito de mata-lo é o estudante Rodolpho Gonçalves Carlos da Silva, de 24 anos, neto do ex-senador e ex-vice-governador da Paraíba José Carlos da Silva. A Justiça chegou a decretar a prisão dele, mas antes mesmo de ser preso, ele conseguiu um habeas corpus assinado pelo desembargador Joás de Brito, que tomou posse nesta semana como presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB).
Um novo pedido de prisão do suspeito foi formulado pela polícia, com parecer favorável do Ministério Público da Paraíba (MPPB). Porém, a Justiça da Paraíba não decidiu nada sobre o julgamento do caso, que segue indefinido.
Entre os motivos que justificam o novo pedido de prisão do suspeito estão a necessidade de atender o clamor popular e a situação em que ficou a Justiça da Paraíba, alvo de ironias em todo o Brasil.
Fonte: Portal Correio