O estudante Rodolpho Gonçalves Carlos da Silva vai responder criminalmente por homicídio doloso qualificado pelo atropelamento e morte do agente da Lei Seca, Diogo Nascimento Sousa, 34 anos. A informação é do delegado Marcos Paulo, superintendente da Polícia Civil na Região Metropolitana de João Pessoa. O fato aconteceu na madrugada do sábado (21), no bairro do Bessa, na Capital, e a morte do homem aconteceu pouco mais de 24 horas. Rodolpho está solto por determinação judicial.
O delegado explicou que o inquérito está quase concluído e testemunhas foram ouvidas e perícias requisitadas. “Estamos esperando o laudo para avançar no inquérito policial. Vamos intimar o motorista [Rodolpho] para prestar depoimento sobre o atropelamento. Não descartamos emitir novo pedido de prisão contra ele, dependendo de haver algum fato novo no decorrer das investigações”, disse.
Rodolpho Gonçalves chegou a ter a prisão temporária decretada ainda no sábado pela juíza plantonista Andrea Arcoverdes, mas foi revogada horas depois, por volta das 3h na madrugada de domingo (22), pelo desembargador Joás de Brito Pereira Filho, sob alegação de “desnecessária, porque ele é réu primário e tem bons antecedentes criminais”. O habeas corpus foi concedido antes do rapaz ter sido preso.
“O desembargador fez algumas restrições como não frequentar bares, se apresentar em 72 horas a autoridade policial e teve o passaporte e Carteira de Habilitação cassados. Estamos agilizando os procedimentos para intimá-lo ainda hoje”, falou o delegado Marcos Paulo, que adiantou repassar o caso para o delegado Reinaldo Nóbrega, titular da Delegacia de Homicídios de João Pessoa.
MPPB entra no caso
O procurador José Rosendo Neto, do Ministério Público da Paraíba, protocolou, no fim da tarde desse domingo (22), pedido de reconsideração do habeas corpus concedido a Rodolpho Gonçalves. O procurador explicou que o pedido de reconsideração se dá principalmente pela repercussão do fato. Segundo José Rosendo Neto, o requerimento foi protocolado no plantão de outro desembargador, então não necessariamente será avaliado por Joás de Brito Pereira Filho.
“A decisão do desembargador Joás foi bem fundamentada, mas isso não impede que o Ministério Público faça algum pedido quanto ao processo. Concluí o documento pedindo que, caso a reconsideração seja indeferida, que o desembargador envie cópias da decisão que concedeu o habeas corpus e da que negou a reconsideração para o juízo do Primeiro Grau, assim um promotor poderá examinar o caso e, se considerar correto, pedir a prisão preventiva do motorista”, explicou o procurador.
Carro encontrado
O carro de luxo Porsche branco foi encontrado em um condomínio em Manaíra e apreendido para perícia, no fim da tarde do sábado (21). Imagens que circulam nas redes sociais mostram o quanto o para-brisa ficou danificado por causa do atropelamento. O estado do equipamento, bem como imagens de câmeras de monitoramento instaladas próximas ao acidente, vão ajudar os peritos a estimar a velocidade em que o carro era conduzido.
“Ao observar a situação do para-brisa já identificamos que o corpo foi projetado e atingiu o vidro frontal do carro. Essa situação se chama de ‘Efeito Cunha’, isso acontece quando o veículo atinge uma grande velocidade, mas vamos analisar para concluir qual foi a velocidade do Porsche”, falou Lúcio Silva, perito criminal do Instituto de Polícia Científica (IPC) da Paraíba.
Atropelamento
O servidor do Departamento Estadual de Trânsito da Paraíba (Detran-PB), Diogo Nascimento comandava uma blitz da Operação Lei Seca na Avenida Governador Argemiro de Figueiredo no momento do acidente. Ele foi atingido por um Porsche que trafegava em alta velocidade. O motorista fugiu sem prestar socorro, mas, devido ao impacto da batida, a placa do veículo caiu na pista e foi apreendida pelas autoridades.
Fonte: Portal Correio