O WhatsApp, o aplicativo mais usado do Brasil, recebeu em abril uma atualização para Android e iPhone, entre outros, que adicionou a criptografia de ponta-a-ponta às mensagens. Isso significa mais segurança para os mais de 1 bilhão de usuários espalhados pelo globo. Porém, muitos deles ainda têm dúvidas sobre quais os dados são de dato protegidos.
Chegou a hora esclarecer algumas questões importantes sobre a criptografia de dados pelo mensageiro. Você vai descobrir quais dados passam pela codificação, quais são aqueles que continuam não sendo criptografados, e como o serviço lidará com pedidos judiciais a partir de agora.
Quais tipos de mensagens e dados são criptografados pelo WhatsApp?
Eis a lista dos dados que passam pela criptografia do WhatsApp:
Confira abaixo a listagem de conteúdos que estão seguros na troca de mensagens do WhatsApp, de acordo com os criadores do app.
– Mensagens de texto;
– Mensagens de voz/áudio;
– Fotos enviadas;
– Vídeos enviados;
– Arquivos em anexo (PDF, PPT, DOC etc);
– Ligações telefônica do tipo VoIP (via internet).
Basicamente, todo o tipo de informação que possa ser trocada ou compartilhada entre os usuários passa pela criptografia, desde as suas mensagens de texto até as ligações que você faz pelo app, passando pelas imagens, vídeos e arquivos que você compartilhar.
Aqui vale um pequeno adendo sobre como funciona a criptografia: quando você envia uma mensagem para um amigo, por exemplo, você pede uma chave pública para o servidor do WhatsApp. Esta chave é válida apenas para o seu amigo.
Quando você manda a mensagem, a chave pública criptografa a mensagem. Quando ela chega no seu contato, ele pede uma chave privada ao servidor do WhatsApp. Tal chave privada serve para descriptografar a mensagem. Apenas o seu amigo possui essa chave e ela não pode ser compartilhada com mais ninguém.
Tudo isso é feito de maneira automática e sem a intervenção do usuário. Você nem sequer vê a criptografia acontecer.
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Quais dados que não são criptografados pelo WhatsApp?
Como vimos no tópico anterior, praticamente todas as informações trocadas entre você e o seu contato ou grupo passam pela criptografia. Mas, ainda assim, sobram alguns dados que não são encriptados e ficam armazenados nos servidores do serviço. São eles:
– Seu nome de usuário;
– Seu número de celular;
– Suas informações de cobrança (de quando o WhatsApp ainda era pago);
– Informações de seu celular, como marca e modelo;
– Sua lista de contatos;
– Horário de envio e recebimento de cada mensagem;
– Números telefônicos dos celulares de origem e destino das mensagens;
– Sua operadora de internet.
Apesar de codificar parte das mensagens, podemos ver que uma lista bem grande de dados ainda ficou de fora da criptografia. Mas isso tem um motivo.
O WhatsApp agora é uma rede anônima?
Não. O WhatsApp não se transformou numa rede anônima com a chegada da criptografia. Embora os desenvolvedores do serviço não possam mais acessar o conteúdo de suas conversas, eles ainda sabem exatamente com quem você conversou, a hora da conversa e os celulares usados.
Para usar o WhatsApp você precisa de um número de celular. E para ter um número de celular, você precisa cadastrar antes o seu nome, RG e CPF. Isso acontece no ato da compra do chip (SIM card). Portanto, aquele número está atrelado a uma identidade. Ou seja, o WhatsApp não se trata de uma rede anônima.
E nos casos em que a Justiça solicitar o conteúdo das conversas?
Se, por eventualidade de uma investigação policial, como aconteceu em dezembro de 2015, a Justiça solicitar o conteúdo das conversas, o WhatsApp não poderá fornecer os dados. Isso porque eles estarão criptografados.
Porém, como já tratado no tópico anterior, ele poderá fornecer informações importantes e que podem ser cruciais para a investigação. O serviço fornecerá o seu número de telefone, a marca e modelo de seu celular, qual operadora você usa, com quem você manteve contato e os horários que as conversas aconteceram.
Note que isso não viola a sua privacidade, já que o teor das conversas continua oculto. Esses dados apenas facilitam um pouco a investigação por parte das autoridades competentes.
Fonte: TechTudo