A ativista cultural Renaly Oliveira, coordenadora do Núcleo de Patrimônio Histórico do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar em Itabaiana, revelou ter sido ameaçada de morte por pessoas que, segundo ela, estariam incomodadas com suas ações em defesa do patrimônio histórico e artístico da cidade.
Ela faz um trabalho voluntário de preservação e divulgação da importância do patrimônio histórico e artístico, em decorrência do que foram iniciados alguns processos de tombamento de prédios antigos, o que a leva a supor que teria despertado a ira de alguns proprietários.
“Mandaram o recado por uma amiga, afirmando que, se eu não me afastasse disso, tinham um 38 reservado para mim", conta, sem revelar, no entanto, a autoria da ameaça.
Ela conta que alguns moradores dos casarios históricos resistem às determinações das autoridades do setor que cuidam da preservação e há dúvidas sobre o que pode e o que não pode ser feito para reforma dos prédios tombados pelo órgão. A ameaça de morte contra Renaly Oliveira é um indicativo de que nem todos compreendem a obrigação do respeito à legislação e a necessidade de se preservar os imóveis tombados e que a cultura da violência ainda é forte na região.
Em face dessa ameaça, Renaly resolveu abandonar a função de coordenadora do Núcleo de Patrimônio do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar e das atividades dos projetos protecionistas em Itabaiana.
“Não quero mais fazer esse trabalho. Não tem mais sentido pra eu continuar dessa forma, mas espero que essas questões sejam resolvidas em paz e que se dê mais publicidade sobre os processos de tombamento e preservação, para que a população possa ter consciência disso e não achar que queremos tomar propriedade privada, como está sendo o senso comum”, concluiu.
Fonte: Parlamento PB