29 de dez. de 2015

"Repugnantemente imunda e perigosa", detona campeão olímpico sobre Baía.

O holandês Dorian Van Rijsselberge, campeão olímpico da classe RS:X nos Jogos de Londres, em 2012, detonou a água da Baía de Guanabara, onde serão disputadas as provas da vela na Rio 2016. 

O relato do velejador, transmitido junto à uma mensagem de Natal, é visível que a paciência do atleta esgotou.
Na mais recente experiência de Dorian nas águas cariocas, quando venceu a Copa Brasil, no último domingo, o holandês passou por momentos incomuns. 

Enquanto velejava no campeonato, um saco plástico prendeu no leme do seu barco, o que o obrigou a velejar em ré até que o lixo se soltasse. O que mais revoltou Dorian foi que isso, nas suas contas, aconteceu 13 vezes em apenas uma regata com um de seus parceiros de treino.

"Tivemos que velejar de volta durante a regata para que este detrito flutuante desgrudasse de nossos pranchas. Como isso vai acontecer durante as Olimpíadas? Windsurfistas e velejadores voltando para vencer a regata?", indagou o velejador.

Para Dorian, o problema é muito grande. "Sou atleta, e não um mágico que poderia resolver o problema da poluição na Baía de Guanabara. Gostaria que eu fosse, porque a qualidade da água é repugnantemente imunda e perigosa, e ninguém se importou em mudá-la. Pesquisas mostraram que basta apenas algumas gotas para fazer você seriamente doente. Como atletas, recebemos promessas repetidas de que as autoridades, governo local e o Comitê Olímpico poderia resolver o problema", publicou o atleta olímpico.

Dorian ainda relembrou outros momentos em que a água da Baía foi colocada em xeque, como quando um membro da comissão técnica quase vomitou enquanto entrava no porto olímpico. "Esgoto cru", criticou.  

"A Baía de Guanabara tem tentos sacos plásticos que a população mundial poderia fazer suas compras de Natal com eles, isso se todos tiverem a sorte de fazer compras de Natal", ironizou o atleta, em comparação às festividades natalinas.

Sobre a vitória em meio ao lixo, Dorian se disse infeliz, mesmo subindo no lugar mais alto do pódio. "Olhando para trás, ganhar no meio de plástico boiando não me faz alegre. Sou velejador, não um ativista ambiental. Corremos no Rio porque somos atletas. É o que fazemos. Os outros devem intensificar as ações e assumir suas responsabilidades em relação à perigosa e horrível qualidade da água", concluiu.

Fonte: Esporte Alternativo