6 de nov. de 2015

CNT: 57,3% das rodovias do país têm problemas; Paraíba aparece como segunda melhor do Nordeste.

Uma pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT), divulgada na última quarta-feira (4), mostra que 57,3% das principais rodovias do país têm alguma deficiência. O levantamento avaliou mais de 100 mil quilômetros de rodovias, incluindo toda a malha federal e os principais trechos de rodovias estaduais pavimentadas. Confira o PDF com todas as estradas clicando aqui

Em números detalhados sobre o estado geral, 22,4% das vias foram avaliadas como ruins ou péssimas: 6,3% das em péssimo estado; e 16,1% em estado ruim.
Outras 34,9% foram classificadas como regular. A análise indicou que 42,7% estavam em condições adequadas de segurança e desempenho, com classificação de ótimo (12,5%) ou bom (30,2%). 

O resultado é melhor nas rodovias concedidas à iniciativa privada, que tiveram 78,3% das vias classificadas como ótimas ou boas e 21,7% como regulares, ruins ou péssimas. Nas rodovias sob gestão pública, 31,4% foram consideradas ótimas ou boas e 65,9% regulares, ruins ou péssimas.

A Pesquisa CNT de Rodovias está na sua 19ª edição. O estudo leva em conta as condições do pavimento, da sinalização e da geometria da via, além de apontar os pontos críticos dos trechos.

Considerando o estado geral das estradas do Nordeste, a Paraiba ficou com a segunda colocação, quando analisada a situação ótima e boa. Só perdeu para Alagoas. Tivemos 56,2% nessa categoria.

Na sequência:

Alagoas 78,8%

Paraíba 56,2%

PE 46,9%

BA 44,5%

SE 43,3%

PI 41,7%

CE 41,6%

RN 41,3%

MA 34,9%

Rodovias da Paraíba - De toda extensão avaliada na Paraíba, 43,8% apresentam algum tipo de deficiência, sendo o estado geral classificado como regular, ruim ou péssimo. Esses números correspondem a 723 km. Ainda segundo a pesquisa, 56,2% (932 km) tiveram classificação ótimo ou bom.

A CNT percorreu 1.655 km no Estado e a pesquisa estima que são necessários R$ 685,85 milhões de investimentos para a reconstrução, restauração e a manutenção dos trechos de rodovias danificadas.

Pavimento No pavimento, são consideradas as condições da superfície da pista principal e do acostamento. Em relação ao pavimento, o estudo classificou como regular, ruim ou péssimo 41,9% da extensão avaliada no Estado, enquanto que 58,1% foram considerados ótimos ou bons. 38,4% da extensão pesquisada apresentam a superfície do pavimento desgastada.

Sinalização Nessa variável, são observadas a presença, a visibilidade e a legibilidade de placas ao longo das rodovias, além da situação das faixas centrais e laterais. O estudo apontou que há problemas em 41,1% da sinalização. Em 58,9%, ela é ótima ou boa. Em 26,2% da extensão avaliada no Estado não foram localizadas placas de limite de velocidade.

Analisando a extensão onde foi possível a identificação visual de placas, 17,0% da extensão apresentaram placas desgastadas ou totalmente ilegíveis.

Geometria da via

O tipo de rodovia (pista simples ou dupla), a presença de faixa adicional de subida, de pontes, de viadutos, de curvas perigosas e de acostamento estão incluídos na variável geometria. A pesquisa constatou que 93,4% da extensão das rodovias pesquisadas na Paraíba não têm condições satisfatórias de geometria. 6,6% tiveram classificação ótima ou boa. O Estado tem 83,8% da extensão das rodovias avaliadas na pesquisa de pista simples de mão dupla.

Custo operacional

Rodovias com deficiência reduzem a segurança de quem circula por elas, além de aumentar o custo de manutenção dos veículos e o consumo de combustível. Na Paraíba, o acréscimo do custo operacional devido às condições do pavimento chega a 21,9% no transporte rodoviário.

Brasil: 

Custo extra Conforme o levantamento, apenas 12,4% da malha rodoviária nacional é pavimentada, contra 78,6% sem pavimento. Para a CNT, as deficiências encontradas na pavimentação encarecem o transporte de carga no país em 25,8%, sendo que, em 2014, R$ 46,8 bilhões foram perdidos em razão dos problemas.

As condições das estradas hoje também elevam em 5% o consumo do diesel. A CNT calcula que, se todas as rodovias analisadas fossem classificadas como ótimas ou boas, seria possível economizar 749 milhões de litros de óleo diesel, ou R$ 2,1 bilhões, com impacto positivo na redução de emissões de gases do efeito estufa.

Pista simples A pesquisa mostra ainda que 86,5% dos trechos analisados apresentam rodovia simples de mão dupla, 8,6% são de pista dupla com canteiro central, 4,7% pista dupla com barreira ou faixa central e 0,2% se refere a pista simples de mão única.

Fator importante para a segurança dos motoristas, o acostamento está presente em 60,4% das rodovias, contra 39,6% que não contam com esse recurso.

Curvas perigosas

Onde há curvas perigosas, não foram identificadas placas de advertência nem estruturas de proteção lateral suficientes em 42,1% da extensão avaliada, o que, segundo a CNT, eleva o risco de acidentes. Em 15,2% dos casos, há placas legíveis e proteção lateral. Já o total de vias com placas legíveis e sem proteção lateral alcança 33,%, enquanto 8,8% não dispõem de placas legíveis, embora contem com proteção lateral.

Pontos críticos

Foram constatados 327 pontos críticos, sendo 230 trechos com buracos considerados grandes, 74 erosões na pista, 19 quedas de barreira e 4 potes caídas. O número total cresceu 49% desde 2011, quando foram encontrados 219 pontos críticos nas rodovias do país.

Investimentos

Para resolver os problemas das estradas brasileiras, a CNT afirma que seriam necessários investimentos da ordem de R$ 293 bilhões, sendo que, em 2014, o país investiu R$ 9,05 no setor.

A CNT estima que, neste ano, 43,3% dos recursos autorizados pelo governo federal para a área de infraestrutura rodoviária tenham sido investidos até setembro, o que equivale a R$ 4,4 bilhões dos R$ 10,3 bilhões previstos. Para a entidade, o valor autorizado não é aplicado na velocidade necessária devido ao excesso de burocracia e a falhas gerenciais.

Os 10 melhores trechos:

1ª São Paulo/SP - Limeira/SP SP-310/BR-364, SP-348

2ª Bauru/SP - Itirapina/SP SP-225/BR-369

3ª São Paulo/SP - Taubaté/SP SP-070

4ª Ribeirão Preto/SP - Borborema/SP SP-330/BR-050, SP-333

5ª São Paulo/SP - Itaí/SP - Espírito Santo do Turvo/SP SP-255, SP-280/BR-374

6ª São Paulo/SP - Uberaba/MG BR-050, SP-330/BR-050

7ª Barretos/SP - Bueno de Andrade/SP SP-326/BR-364

8ª Limeira/SP - São José do Rio Preto/SP SP-310/BR-364, SP-310/BR-456, SP-330/BR-050

9ª Engenheiro Miller/SP - Jupiá/SP SP-209, SP-300, SP-300/BR-154, SP-300/BR-262

10ª Araraquara/SP - São Carlos/SP - Franca/SP - Itirapuã/SP SP-255, SP-318, SP-334, SP-345

Os 10 piores trechos:

1ª Marabá PA - Dom Eliseu PA

BR-222

2ª Natividade TO - Barreiras BA

BA-460, BA- 460/BR-242, TO-040, TO-280

3ª Jataí GO - Piranhas GO

BR-158

4ª Marabá PA - Wanderlândia TO BR-153, BR-230, PA-153/BR-153

5ª São Vicente do Sul RS - Santana do Livramento RS BR-158, RS-241, RS-640

6ª Brasília DF - Palmas TO BR-010, DF-345/BR-010, GO-118, GO-118/BR-010, TO-010, TO-050, TO-050/BR-010, TO-342

7ª Cuiabá MT-Barra do Garças MT-Brasília DF BR-070, BR-158, BR-414, GO-060, GO-070/BR-070, GO-154, GO-164, GO-225, GO-427, GO-431

8ª Barracão PR - Cascavel PR BR-163, PR-163/BR-163, PR-182/BR-163, PR-582/BR-163

9ª Teresina PI - Barreiras BA BR-020, BR-135, BR-235, BR-343, PI-140, PI-141/BR-324, PI-361

10ª BR-101 BA - Teófilo Otoni MG BR-418

G1 com CNT