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Um levantamento realizado pelo Núcleo de Estudos da Violência (Nevu) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) aponta um crescimento de 286% do número de homicídios na Paraíba nos últimos 10 anos.
Cruzando dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o professor José Maria Nóbrega, que coordena o Nevu, constatou ainda que os quatro maiores municípios do estado (João Pessoa, Campina Grande, Santa Rita e Patos) concentram 61% dos assassinatos.
De acordo com o estudo, a taxa de homicídios alcançou números preocupantes nas quatro cidades, especialmente em João Pessoa, que passou dos 31,94 assassinatos por 100 mil habitantes, em 2000, para 68,42, em 2010, e Santa Rita, na região metropolitana, que dos 25,89 em 2000, saltou para assombrosos 82,29 em 2010. A taxa nacional de homicídios é de 25,8.
Em João Pessoa, o número de homicídios saiu de 191 em 2000, para 495 em 2010, o que equivale a um aumento de 61,4% no percentual de mortes violentas, em uma década. Enquanto isso, a população aumentou de 597,9 mil para 723,5 mil, subindo 125,5 mil, no mesmo período, o que representa 17% de crescimento populacional; ou seja, só na Capital, o número de homicídios cresce cerca de quatro vezes mais que a quantidade de habitantes.
Em Campina Grande, a segunda maior cidade da Paraíba, a situação também é bastante alarmante. O número de homicídios saiu de 106 para 187, em dez anos, o que representa um aumento de 43,3% no percentual de assassinatos na cidade, que fica a 130 km da Capital. A população passou de 355,3 mil para 385,2 mil, na mesma década, ganhando cerca de 30 mil habitantes, ou seja, 7,7%. Nesse caso, a taxa de homicídios é quase sete vezes maior que o crescimento populacional de Campina.
Em Patos, a 305 km da Capital, no Sertão da Paraíba, os homicídios eram 21 em 2000 e passaram para 57 em 2010, um incremento de 63,1%, sete vezes maior que o crescimento populacional da cidade que ganhou pouco mais de 9 mil habitantes em 10 anos, que passou dos 91,7 mil para os 100,8 mil, ou seja, ganhos de 9%.
Segundo o pesquisador José Maria, “ocorreu uma verdadeira explosão dos homicídios na última década, com destaque para os anos de 2008, 2009 e 2010, quando os números superaram a cifra de mil mortes por agressão”, ressaltando os três anos que têm os maiores índices de assassinatos nas principais cidades do estado.
Fonte: Assessoria