23 de ago. de 2013

Historiadores querem recriar vinho do Império Romano.

Uma equipe da Universidade de Catânia  na Sicília, plantou um vinhedo usando ferramentas e técnicas antigas, usadas pelos romanos. Eles utilizaram tiras de junco e lascas de madeira de arbustos de vassoura para ligar as vinhas às estacas, e não utilizarão nenhuma máquina, pesticida ou fertilizante.

Para basear seu trabalho, os pesquisadores consultaram o manual de agricultura do livro Georgics, do poeta Virgílio (o mesmo da Eneida), e informações do enólogo do século I, Columella, cujas técnicas sobreviveram até o século XVII.

A equipe de historiadores plantou oito variedades locais, incluindo Nerello Mascalese, Visparola, Racinedda e Muscatedda. Na Antiguidade, Columella já se referia a cerca de 50 tipos de uva, apesar de suas equivalentes hoje não serem todas conhecidas.

Para conservar o vinho, serão usadas ânforas de terracota. Segundo as orientações do autores antigos, elas são revestidas por dentro com cera de abelha e enterradas no chão até o pescoço. Elas são deixadas abertas durante a fermentação, antes de serem seladas com argila ou resina.

 "Não estamos usando agentes fermentadores, mas acreditando nas leveduras naturais, o que faz com que isso possa ser chamado de arqueologia experimental", diz Mario Indelicato, um dos pesquisadores. "Descobrimos que as técnicas romanas eram mais ou menos usadas na Sicília até poucas décadas atrás. Isso mostra o quão avançados os romanos eram", acrescenta.

As primeiras vinhas foram plantadas no começo deste ano e a equipe espera ter a primeira safra em quatro anos. "Os objetivos do projeto são dois: por um lado, verificar a viabilidade das técnicas romanas e, por outro, verificar se esse conhecimento pode ser utilizado na viticultura moderna", conta Daniele Malfitana, diretor do instituto arqueológico.