16 de jul. de 2013

Estátua de Frei Galvão vai receber benção do Papa Francisco.

A estátua de frei Galvão, primeiro santo brasileiro, instalada na entrada de Guaratinguetá, no interior de São Paulo, foi retirada na manhã desta terça-feira (16) para ser levada para o seminário Bom Jesus, em Aparecida, onde o Papa Francisco irá repousar após a missa no Santuário Nacional no próximo dia 24 de julho. O pontífice vai abençoar a imagem.

A peça, que será restaurada, tem oito metros de altura e 1,6 tonelada, e foi retirada por volta das 8h por oito homens.
Uma corda foi amarrada ao busto da imagem e o trabalho foi feito com a ajuda de um caminhão.

A restruturação será feita em um ateliê, no bairro da Cerâmica, em Pindamonhangaba pelo mesmo artista que fez a imagem. A previsão é que o monumento seja levado para o seminário no sábado (20). Para isso, uma equipe de 10 pessoas vai trabalhar na peça, que terá as infiltrações e trincas corrigidas, será lixada e pintada.

De acordo com a Arquidiocese de Aparecida, a prefeitura de Guaratinguetá doou a peça para que após a benção a estátua seja levada para o Santuário de Frei Galvão, no Jardim do Vale, em Guaratinguetá.

Desde 1998, quando foi esculpida pelo artista plástico Irineu Migliorini, a estátua ficava no principal acesso à cidade natal de frei Galvão. A prefeitura da cidade não definiu se o monumento será substituído por outro semelhante.

Para Irineu Migliorini, escultor da peça, retrabalhar a estátua do santo será um momento de emoção. "Sou muito católico e fiquei emocionado ao saber que a escultura será abençoada pelo Papa. Faz dois dias que fiquei sabendo deste trabalho e agora nossa missão aqui no ateliê é correr contra o tempo".

Frei Galvão

Frei Antônio de Sant'Anna Galvão, o primeiro santo nascido no Brasil, nasceu em Guaratinguetá, em 1739. Permaneceu até os 13 anos de idade na cidade, depois foi estudar na Bahia. O frei foi ordenado sacerdote em 1762 e completou os estudos teológicos no Convento de São Francisco, em São Paulo. Viveu durante 60 anos na capital, até morrer em 23 de dezembro de 1822.

A canonização dependia de o Vaticano reconhecer dois milagres. A confirmação final ocorreu em dezembro de 2006, próximo à semana do Natal, com a autenticação do segundo milagre: salvar a vida da mãe e de seu bebê há sete anos, em São Paulo, 177 anos após a morte do religioso, em 1822. Orações ao beato teriam garantido que um parto de altíssimo risco fosse bem-sucedido.

Sandra engravidou em 1999, mas a gravidez era considerada de alto risco, com possibilidade de morte por hemorragia no momento do parto. A gravidez deveria ir até o quinto mês, por causa do pequeno espaço para a formação do feto, mas a gestação evoluiu até a 32ª semana. Sandra tomou as “pílulas de Frei Galvão”.

Outro milagre reconhecido pelo Vaticano – o primeiro - foi a cura da menina Daniela Cristina da Silva, de 4 anos. Em 1990 ela estava internada em coma no Hospital Emílio Ribas, na capital paulista, com hepatite B. Desenganada pelos médicos, a menina tomou a “pílula de Frei Galvão”, dada pela própria mãe, e foi curada. Como a medicina não conseguiu explicar a cura, a Santa Sé aprovou o milagre de autoria de Frei Galvão e ele foi beatificado.

Em 1998, o frei brasileiro que curava as pessoas em vida foi beatificado e reconhecido pelo papa João Paulo II. Para se tornar beato, foram 11 anos de estudos de cerca de 30 mil milagres avaliados. Desta enorme quantidade de graças relatadas por fiéis, cinco foram escolhidas e uma enviada para Roma.

Fonte: Globo.com