Romero Baunilha |
Os protestos no Dia Nacional de Luta, marcados para a próxima quinta-feira (11) em todo o país, devem reunir mais de 20 mil manifestantes somente em João Pessoa. A expectativa são das centrais sindicais que estão à frente da organização desses protestos. Além dessas entidades, movimentos sociais e estudantis já confirmaram participação nas mobilizações.
Pelo menos seis centrais sindicais estão envolvidas - Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Nova central Sindical (NCS), União Geral dos Trabalhadores (UGT),Central dos Trabalhadores Brasileiros (CTB) e Com luta.
Também estarão presentes movimentos liderados pela União nacional dos estudantes (UNE), sem terras e sem tetos. A Associação Paraibana de Licenciatura Plena (APLP) confirmou que os professores da rede estadual vão paralisar suas atividades durante o Dia Nacional de Luta. A categoria se queixa de defasagem salarial e vai aproveitar os protestos para levar uma pauta de reivindicação ao Governo do Estado.
A principal reivindicação dos docentes é o piso integral de R$ 1.557, independente da carga horária. Quem informou foi o secretário geral da APLP, Fernando Lira. “Vamos nos juntar aos demais servidores públicos da Paraíba que querem a abertura de um canal de negociações através do Fórum dos Servidores, ou mesmo categorias em separado. Essa situação não pode continuar”, disse.
Os manifestantes devem promover a concentração às 13 horas, no Parque Solon de Lucena (Lagoa). O Movimento do Passe Livre (MPL), que convocou a manifestação 'João Pessoa, Avante' e reuniu mais de 20 mil pessoas pelas ruas da Capital, já confirmou participação no 'Dia Nacional de Lutas'.
Na manhã desta segunda, representantes das principais sindicais trabalhistas se reuniram em João Pessoa para definir a mobilização. Eles calculam que, pelas respostas dos vários segmentos, os protestos reúnam um público maior ainda do que o registrado pelo movimento 'João Pessoa, Avante', liderado pelo MPL. Essa manifestação ocorreu no dia 21 de junho passado e, segundo a própria Polícia Militar, levou ás ruas mais de 20 mil pessoas.
O presidente da União Geral dos Trabalhadores na Paraíba, Romero Baunilha, disse que todas as centrais sindicais, movimentos sociais e estudantis, estão unidos por pautas nacionais. Segundo ele, a expectativa é de que os protestos parem todo o centro de João Pessoa. "Será uma grande mobilização e os trabalhadores levarão todas as suas pautas para conhecimento da população. O clima geral no país é de indignação com a falta de respeito aos seus direitos", disse.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) está convocando todas as categorias para o protesto, que pode se transformar em uma greve geral. Entre as exigências dos trabalhadores está a derrubada do projeto de lei 4.330, que trata sobre contratos de prestação de serviço terceirizado.
O diretor de administração da CUT na Paraíba, Marcos Henriques, disse que as assembleias durante esta semana definirá como será a mobilização e concluirá a pauta de reivindicação. Haverá protesto contra projetos em tramitação no Congresso Nacional. “Temos projetos que são contra os direitos dos trabalhadores. O PL 4330 terceiriza atividades fins e isso precariza o emprego. Para se ter uma ideia, a maior rotatividade ocorre com os terceirizados, são 2,6 anos a menos de permanência no emprego, em média. Além disso, há mais acidentes de trabalho e os terceirizados recebem menos. Na categoria bancária, a diferença salarial chega a 75%. Terceirizando o serviço público, também acaba o concurso público e se cria um subemprego. Todo mundo sai perdendo”, avaliou.
Fonte: Portal Correio