3 de jun. de 2013

Custo de pacote bancário varia até 89%.

Manter uma conta-corrente pode pesar no bolso. O custo de um pacote básico de serviços (veja composição no quadro abaixo) chega a quase dobrar para o cliente dependendo do banco.

Esse pacote é padronizado pelo Banco Central e deve ser oferecido por todas as instituições.

Segundo levantamento da Proteste o custo mensal desse tipo de cesta pode ir de R$ 9,50 (Caixa Econômica Federal) a R$ 18 (Citibank).

Os pacotes funcionam como um plano pós-pago de celular, em que o consumidor tem direito a um determinado número de serviços por mês e, quando o ultrapassa, paga pelo excedente.

O cliente, no entanto, não precisa aderir a um plano pago. Também por resolução do Banco Central, as instituições devem oferecer pacotes gratuitos.



Além disso, os bancos também têm outras cestas com preços de R$ 5,30 a R$ 65 ao mês. A diferença está na quantidade de saques, cheques, extratos e transferências sem custos extras aos quais se terá direito.

"O importante é que o consumidor conheça o seu perfil de gastos para determinar qual pacote é o mais adequado a ele e qual instituição oferece condições mais vantajosas", afirma a técnica da Proteste Renata de Almeida.

Para isso, ela orienta que o cliente confira os extratos dos últimos quatro meses para ver quais serviços são mais usados. Os gastos estarão discriminados no documento.

Com uma média dos gastos em cada serviço, é possível pedir ao gerente uma simulação de qual cesta oferece a melhor cobertura.

De acordo com Renata, em geral, o pacote gratuito é a melhor opção.

"Se ultrapassar o limite do pacote e pagar por serviços avulsos, o consumidor ainda terá, em média, um gasto menor do que teria com a maioria dos pacotes oferecidos."

A relação começa a se inverter quando o correntista usa dez folhas de cheque, oito saques, seis extratos e 12 transferências por mês. "Com esse perfil, o custo do pacote Especial Caixa, por exemplo, é menor do que o de manter os serviços gratuitos e pagar pelos avulsos", diz Renata.

Quem usa menos serviços do que o pacote oferece pode estar jogando dinheiro fora, segundo o professor de ciências contábeis Marco Antônio Motta, do Centro Universitário Anhanguera. "São R$ 10 ou R$ 15 por mês que, no fim do ano, podem fazer diferença no orçamento", diz Motta.

O professor alerta que, ao fazer a média desses gastos, é preciso considerar épocas de despesas atípicas, como o início do ano e o período de férias, em que o volume de uso dos serviços aumenta.

As contas digitais são outra solução para quem quer economizar. Funcionam como uma conta-corrente, mas só permitem o uso de serviços via internet, com exceção dos saques, que podem ser feitos nos caixas eletrônicos.

Qualquer interação com o banco que não seja feita por meio eletrônico, como uma ligação para o gerente, será cobrada do correntista.

Os serviços de consulta de extrato e transferências, no entanto, que podem ser feitos sempre pela internet, são gratuitos e sem limite. Dos bancos pesquisados pela Proteste, apenas Banco do Brasil, Bradesco e Itaú oferecem essa opção.

Fonte: Folha de S. Paulo