6 de mar. de 2013

Em momento de surto, Chorão arrancou até o ar-condicionado da parede, diz investigador.

Alexandre Avilez esteve no
apartamento de Chorão logo após o
 anúncio da morte do cantor

O momento de fragilidade do cantor Chorão, líder do Charlie Brown Jr, que estaria em depressão por causa da recente separação, foi um dos motivos para o uso abusivo de cocaína nos últimos dias, segundo o investigador Alexandre Avilez, especialista do Denarc (Departamento de Investigações Sobre Narcóticos), que esteve no apartamento do músico logo ao saber da morte do cantor na madrugada desta quarta-feira (6).

— Sabendo da fragilidade de Chorão ao lidar com situações difíceis, a gente já imaginou que a morte teria a ver com drogas.
Encontramos cocaína no apartamento, que foi confirmada com um teste rápido na hora. Os vestígios foram levados para o IML e a polícia espera um laudo final.

O investigador revela que todos os cômodos estavam remexidos, inclusive o ar-condicionado da parede tinha sido arrancado e estava no chão e uma bicama foi arrastada até o corredor dos quartos. Também havia bebida alcoólica no local.

— Ele arrancou e quebrou as coisas em um momento de surto. Na agitação, o coração acelera e vai a 180 batimentos fácil, o que pode ter ocasionado a parada cardiorrespiratória. A droga por si só já eleva os batimentos, com a movimentação dele só facilitou ainda mais uma parada. Provavelmente, ele teve um momento de desfalecimento durante o uso da droga e voltou a usar. O corpo não aguentou.

O apartamento tinha marcas de sangue na parede, provavelmente do próprio cantor que machucou o dedo durante o surto.


Segundo o investigador, a morte do cantor foi nesta madrugada, apesar do motorista não ter conseguido falar com o músico desde terça-feira (5), ao meio-dia, e ter sido cogitada a possibilidade dele já estar morto desde segunda-feira (4).

— A morte foi entre 4h e 5h, pois se estivesse a mais tempo o corpo estaria deteriorado. Por causa do uso químico, o corpo incha muito, fica roxo e há sangramento.

Apesar do impacto pela morte de um ídolo da música, o investigador acredita que será um jeito de alertar os jovens sobre o uso de cocaína e outras drogas.

— Ao mesmo tempo que a cocaína eleva o ânimo, quando o efeito passa, ela derruba mais ainda a pessoa.  A droga química causa um efeito, um prazer, que não dá para explicar. Então, a gente usa casos assim para orientar os jovens a não entrar nessa.