A blogueira cubana Yoani Sánchez chegou ao Aeroporto Internacional Deputado Luís Eduardo Magalhães, em Salvador, por volta das 8h50 desta segunda-feira (18). Ela foi recebida por um grupo de cerca de 30 manifestantes da União da Juventude Socialista. Ela deixou o aeroporto sem passar pelo saguão de desembarque e sem falar com os jornalistas.
Ao chegar ao Recife, onde desembarcou durante madrugada desta segunda, ela também foi recebida por um grupo de manifestantes pró-Cuba.
"Cuba é um país que passa por uma série de dificuldades e Yoani nunca fala sobre isso. Ela é financiada por uma nação estrangeira para atacar seu próprio país. Nós defendemos o direito de qualquer cidadão do mundo em se expressar e fazer crítica no seu país. O que nós não concordamos é que ela receba dinheiro de um país estrangeiro para atacar o seu próprio país", disse o manifestante Caio Marques Botelho Ferreia, que faz parte do grupo socialista.
Yoani, que é uma das principais vozes de oposição ao regime atualmente comandado por Raúl Castro, conseguiu viajar depois que o governo cubano extinguiu a exigência de permissão para a saída da população do país. A mudança entrou em vigor em 14 de janeiro. Ela recebeu seu novo passaporte no dia 30 de janeiro.
Em Feira de Santana, ela vai assistir ao documentário 'Conexão Cuba - Honduras', de Dado Galvão, no qual ela é uma das entrevistadas. O filme retrata questões como violação da liberdade de expressão e dos direitos humanos. Em fevereiro de 2012 a blogueira teve pedido embargado para comparecer ao lançamento da produção.
No dia 20 de fevereiro, ela deve retornar à capital baiana e conhecer o Porto da Barra e o Pelourinho. Nesse mesmo dia, ela segue para São Paulo.
O filme
Dado passou três semanas entre Cuba e Honduras para retratar as restrições políticas impostas por esses governos sobre liberdades, como a de expressão, no século 21. Yoani Sánchez, que é autora do blog "Generación Y", é uma das personagens principais, junto a Reinaldo Escobar, seu marido, além das Damas de Branco e do Conselho dos Ativistas dos Direitos Humanos.
A produção conta a história de Esdras López, jornalista do Canal 36, portal noticioso de Honduras que teve o trabalho cerceado durante o golpe militar ocorrido em setembro de 2009.