A Petrobras informou na noite desta terça-feira (29) que os preços da gasolina e do diesel serão reajustados a partir de amanhã nas refinarias.
O reajuste será de 6,6% para a gasolina A e de 5,4% para o diesel na média do país, segundo comunicado da empresa.
Esses percentuais vão incidir sobre os preços de venda dos produtos às distribuidoras e não representam o exato aumento ao consumidor.
A consultoria CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura) estima alta de 4% na gasolina dos postos.
Segundo o Sindicom (sindicato nacional das distribuidoras de combustíveis), haverá repasse do reajuste para os consumidores, mas ele deve ser inferior ao anunciado pela Petrobras.
O presidente do sindicato, Alísio Vaz, diz que os preços ao consumidor não subirão na mesma proporção do aumento dos preços nas refinarias, pois a gasolina e o diesel vendidos na bomba possuem outros componentes que não têm reajuste automático.
A gasolina, por exemplo, tem 20% de etanol. O óleo diesel leva 5% de biodiesel em sua composição.
Além disso, também compõem o preço final dos combustíveis as margens de lucro das distribuidores e dos postos. "Será um aumento inferior ao reajuste na bomba", disse Vaz, sem fornecer percentuais.
Para o presidente do Sincopetro (sindicato dos donos de postos de combustível da cidade de São Paulo), José Alberto Gouveia, o aumento dos preços ao consumidor será "muito próximo" dos percentuais de reajuste nas refinarias.
PETROBRAS
Segundo a estatal, o reajuste anunciado não inclui os tributos federais Cide (Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico) e PIS/Cofins e o tributo estadual ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).
"Esse reajuste foi definido levando em consideração a política de preços da companhia, que busca alinhar o preço dos derivados aos valores praticados no mercado internacional em uma perspectiva de médio e longo prazo", informou a Petrobras, em nota.
Desde o ano passado a Petrobras amarga fracos resultados em seus balanços trimestrais por não reajustar o preço dos combustíveis porque os preços no Brasil estão defasados em relação aos praticados no mercado externo.
A presidente da estatal, Graça Foster, já defendeu publicamente o reajuste e negociava com o governo o aumento, embora evitasse falar em uma data.
INFLAÇÃO
O governo autorizou o reajuste diante da queda do preço da energia elétrica ao consumidor, que trará alívio à inflação e compensará o aumento da gasolina --o peso do diesel no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), índice oficial do governo, é muito pequeno.
Fonte: Folha de São Paulo