O Brasil atravessou quase três décadas da Ditadura Militar com eleições indiretas, com censura a livre liberdade de expressão, prisões, torturas e mortes muitas até hoje por esclarecer. O povo foi às ruas e exigiu a volta da democracia e eleições diretas para que assim pudessem escolher os seus governantes o que só veio a acontecer depois do quarto general presidente João Batista Figueiredo, que iniciou a redemocratização do nosso país, fruto de uma luta que perdurou por anos e que ceifou muitas centenas de vidas.
Esta semana a minha esposa por conta de doença em família foi até o Hospital do 1º Grupamento de Engenharia fazer uma visita a uma parente enferma e ao tentar estacionar no interior do pátio do hospital, foi informada por um soldado que não poderia o veiculo permanecer ali, tendo em vista que trazia um adesivo de determinado candidato a prefeito de João Pessoa, tendo a mesma se retirado do hospital e com muita dificuldade estacionado o veiculo, três ou quatro quadras adiante e retornado a pé para a citada visita que faria.
Dois dias depois já no período noturno tendo a necessidade de dormir com a paciente, retornou aquele hospital, quando foi informada que não poderia ter acesso ali por conta dos adesivos no veiculo, quando então a mesma argumentou que naquela hora da noite não iria estacionar distante e deixar o seu veiculo sem nenhuma garantia, tendo ainda que retornar caminhando sem nenhuma segurança, quando então o militar que a abordara, disse que só poderia adentrar no pátio se retirasse os adesivos do veiculo, o que diante das circunstâncias a mesma bastante contrariada permitiu.
Será que o general comandante da guarnição não foi ainda informado que vivemos num estado democrático e direito e que é inteiramente livre a manifestação, inclusive política? O que se pratica ali é um verdadeiro abuso de poder, que poderá inclusive render processos na Justiça sobre quem deu a equivocada e arbitrária ordem de barrar veículos por conta de um simples adesivo político, como se os quartéis fossem ilhas e estivessem acima das leis existentes em nosso país.
Fonte: E-mail de Pedro Marinho