O ministro de Ferrovias do Paquistão, Ghulam Ahmed Bilour, anunciou neste sábado que recompensará com US$ 100 mil quem assassinar o autor do vídeo que ridiculariza Maomé.
Em entrevista coletiva realizada na cidade de Peshawar, o ministro afirmou que está consciente que estimular um assassinato é crime, mas declarou estar pronto para cometer esse delito, segundo os jornais Dawn e Express Tribune.
"Se existir alguma causa contra mim em uma corte internacional ou nacional, pedirei ao povo que me entregue", disse Bilour, justificando sua medida ao sustentar que é o único modo de amedrontar os blasfemos.
O ministro de Ferrovias solicitou o apoio dos talibãs e da rede terrorista Al Qaeda e pediu que "os ricos ponham à disposição da causa todo seu dinheiro, para que assim o assassino possa ser banhado em ouro e dólares".
O Paquistão viveu ontem um dia sangrento durante a celebração do recém instaurado "Dia de Amor a Maomé", com a morte de pelo menos 19 pessoas nos distúrbios registrados nas cidades de Peshawar e Karachi.
Filme anti-islamismo desencadeia protestos contra EUA
Na última terça-feira, 11 de setembro, protestos irromperam em frente às embaixadas americanas do Cairo, no Egito, e de Benghazi, na Líbia, motivados por um vídeo que zombava do islamismo e de Maomé, o profeta muçulmano. No primeiro caso, os manifestantes destroçaram a bandeira estadunidense; no segundo, os ataques chegaram ao interior da embaixada, durante os quais morreram, entre outros, o embaixador e representante de Washington, Cristopher Stevens.
Os protestos se disseminaram-se contra embaixadas americanas em diversos países da África e do Oriente Médio. Sexta, 14 de setembro, registrou o ápice da tensão, quando eventos foram registrados em Túnis (Tunísia), Cartum (Sudão), Jerusalém (Israel) , Amã (Jordânia) e Sanaa (Iêmen). No Cairo, as manifestações têm sido quase diárias. No dia 17, Afeganistão e Indonésia também tiveram protestos.
O vídeo que desencadeou esta onda de protestos no mesmo dia em que os Estados Unidos relembravam os atentados terroristas de 2001 traz trechos de Innocence of Muslims, filme produzido nos Estados Unidos sob a suposta direção de Nakoula Basseky Nakoula. Ele seria um cristão copta egípcio residente nos Estados Unidos, mas sua verdadeira identidade e localização ainda são investigadas. O filme, de qualidades intelectual e cultural amplamente questionáveis, zomba abertamente do Islã e denigre de a imagem de Maomé, principal nome da tradição muçulmana.
A Casa Branca lamentou o conteúdo do material, afirmou não ter nenhuma relação com suas premissas e ordenou o reforço das embaixadas americanas. No dia 15 de setembro, a Al-Qaeda emitiu um comunicado no qual afirmava que a ação em Benghazi foi uma vingança pela morte do número 2 da rede terrorista no Iêmen em um ataque do Exército.
Fonte: Terra