12 de abr. de 2012

Alunos assistem aula em casa de farinha.

Orçada em mais de R$ 1 milhão, a construção da Escola Estadual Professora Maria Luiza da Silva, na comunidade indígena Leão de Ouro, no Município do Amajari, há cinco anos não sai do alicerce. Enquanto isso, os alunos de 1ª série ao Ensino Fundamental assistem aula em um antigo barracão de farinha, sem qualquer segurança e conforto.

A Escola fica a 100 km de distância da sede do município. Há aproximadamente cinco anos, funcionários, pais e principalmente os alunos ficaram contentes em saber que a Escola iria ganhar um novo prédio.
Uma placa do Governo do Estado informando a construção em um prazo de 150 dias, pela empresa MJM Engenharia LTDA, foi colocada no terreno. A obra é do Ministério da Educação em convênio com o Governo de Roraima.

Até hoje somente o baldrame do projeto de construção da Escola foi feito. Restos de materiais permanecem em uma casa improvisada onde são guardados os ferros, canos e caixa d’água. “O mato começa a tomar de conta da área onde deviria ser construída a Escola”, destacou o morador.

O antigo barracão de farinha possui três salas. Em uma das salas ficam instaladas a biblioteca, cozinha e a secretaria da Escola. Os servidores e alunos dividem o pouco espaço onde ficam os livros, fogão, botija de gás, cadeiras e mesas. Nas outras duas salas os professores lecionam para 16 alunos, no período da manhã e tarde.

Os alunos de 1ª a 4ª série e Ensino Fundamental assistem aula todos juntos. “Sofremos com essa desorganização. alunos de 1ª série estudando na mesma sala do estudante da 4ª acaba prejudicando o aprendizado das crianças”, relatou o morador.

Placa mostra o valor e o prazo da obra que foi fincada há cinco anos no local

O local não possui qualquer estrutura. O piso solta poeira todas as vezes que passa por limpeza e as paredes estão em péssimas condições. “Já enviamos uma carta para a Secretaria de Educação pedindo providências, pois na situação que está não tem condições de termos um ensino de qualidade no Município de Amajari, mas nada foi feito até o momento”, destacou o morador.

A falta de merenda Escolar é outro fator preocupante na região. Segundo os munícipes, desde o ano passado a Escola não recebe o lanche dos estudantes, por isso os estudantes são liberados mais cedo.

“A questão da merenda Escolar tornou-se um desafio. Não existem condições de uma criança passar toda uma manhã sem se alimentar. A única alternativa encontrada foi liberar mais cedo, assim ninguém corre o risco de passar mal ou algo pior”, reclamou.

SECD – A assessoria de comunicação da Secretaria de Educação, Cultura e Desportos (SECD) informou que a Secretaria Estadual de Infraestrutura (Seinf) reincidiu de forma unilateral o contrato com a empresa executora da obra de construção da Escola Estadual Maria Luiza da Silva, na comunidade Leão de Ouro em razão do difícil acesso ao local. Porém, afirmou que está em estudo a recuperação da estrada e a convocação da segunda empresa colocada no certame, que será a responsável pela construção da unidade de ensino.

Sobre a merenda Escolar, a SECD afirmou que, ao longo do ano passado, a Divisão de Apoio ao Educando (DAE) fez a distribuição de gêneros alimentícios para atender aos 37 alunos, de forma regular e de acordo com a solicitação da comunidade.

“Já este ano, no dia 7 de março, a senhora Marivana Feliciano Barros recebeu como responsável da Escola 20 quilos de açúcar, 13 pacotes de macarrão, oito pacotes de milho branco, 14 latas de salsicha, um quilo de sal, um frasco de vinagre, 14 quilos de arroz, 26 quilos de charque, 20 pacotes de bolacha salgada, sete quilos de farinha de mandioca, cinco quilos de feijão e 12 garrafas de suco. Uma nova remessa de gêneros alimentícios já está disponível”, diz a nota.

Dados da Wscom